sábado, maio 14, 2005

K. Popper

Porque que é que a simplicidade da linguagem é tão importante para os pensadores iluministas? Porque o verdadeiro pensador iluminista, o verdadeiro racionalista, nunca pretende convencer ninguém a fazer nada. Não, nem sequer deseja convencer ninguém: tem permanentemente consciência de que pode estar errado. Acima de tudo, valoriza demasiado a independência intelectual dos outros para querer convencê-los em questões importantes. Prefere provocar a contradição, preferivelmente sob a forma de crítica racional e disciplinada. Não procura convencer mas despertar – desafiar os outros a formarem opiniões livres.(...)Uma das razões por que o pensador iluminista não quer convencer ninguém de nada é o seguinte. Ele sabe que, fora do estreito campo da lógica, e talvez da matemática, nada pode ser provado.

Karl Popper, A Vida é Aprendizagem, Edições 70 (pág.118)

4 comentários:

Anónimo disse...

Karl Popper e Ludwig Witgensttein são filósofos ainda pouco conhecidos pelas massas e mereciam ser mais estudados. Estas palavras demonstram o espírito livre e desassombrado que as proferiu. A verdadeira filosofia é aquela que propõe e não aquela que estabelece. A verdade é um conceito por inventar...

RD disse...

Popper foi "atacado" por Wittgenstein numa palestra, há uma historieta gira sobre esses dois. :)
Sim, sempre. A Filosofia é acima de tudo conhecer para saber colocar questões. Não existe para dar respostas, essas cada um tem o dever de encontrá-las por si, se lhe interessar viver bem, claro. :)
Repara Vasco, que só se pode seguir os melhores caminhos quando as questões são bem levantadas. Caso contrário anda-se estremunhado.
Para quem gosta de lógica e linguagem como eu gosto, sim, são dois amigos para se ler obrigatoriamente. Beijinho!!

Anónimo disse...

Eu conheço essa história. Metia um tição de lareira...lol Beijinhos.

RD disse...

Opa... essa do tição já não sei, hehe... mas deve ser por isso que ele diz que pelo menos biologicamente já não há fundamento para a violência, mas que ainda há muita semi-violência em se refutar, há!
Ainda bem que através dos ecrãs não dá para se levar porrada física dos críticos senão andávamos negros! hehe. (credo)