quinta-feira, abril 27, 2006

A Diagonal da Vida

"Ao olharmos o caminho que percorremos na vida, ao abarcarmos o seu «erróneo curso labiríntico» (Fausto), não podemos deixar de ver muita felicidade malograda, muita desgraça atraída, e talvez facilmente exageremos nas repreensões a nós mesmos. O curso da vida não é certamente a nossa obra exclusiva, mas o produto de dois factores, a saber, a série dos acontecimentos e a das nossas decisões. Séries que sempre interagem e se modificam reciprocamente. Além disso, há o facto de que, em ambas, o nosso horizonte é sempre bastante limitado, na medida em que não podemos predizer com muita antecipação as nossas decisões e muito menos prever os acontecimentos; na verdade, de ambos conhecemos com justeza apenas os acontecimentos e decisões actuais.
Sendo assim, enquanto o nosso alvo está longe, não podemos dirigir-nos directamente para ele, mas só por aproximações e conjecturas, amiúde tendo de bordejar. Tudo o que conseguimos é tomar decisões sempre segundo a medida das circunstâncias presentes, na esperança de fazê-lo bem, para desse modo nos aproximarmos do alvo principal. Na maioria das vezes, portanto, os acontecimentos e as nossas intenções básicas são comparáveis a duas forças que agem em direcções opostas, sendo a diagonal resultante o curso da nossa vida."


Arthur Schopenhauer, in 'Aforismos para a Sabedoria de Vida'


... «O Homem é aquilo que sabe» Francis Bacon ou «Sou eu e as minhas circunstâncias» Ortega Y Gasset - ? - Pode ser apenas retórica a pergunta, mas aceitam-se bitaites. ;)

quinta-feira, abril 13, 2006

...

É só mais um bocadinho por favor, juramos que ainda estamos deste lado de cá e prometemos mais filosofia em breve.
Beijos e abraços.