segunda-feira, maio 11, 2015

Devir

Algures aí para trás entremeio das minhas publicações, encontramos o Navio de Teseu.


A ideia é questionarmo-nos se a coisa no seu todo é a mesma e se mantém, apesar de se fazer a manutenção e de se trocarem bocados ou partes dela, ou se a coisa muda com esta troca apesar de essas partes ou bocados serem substitutas das que lá estavam antes.

Interessante, não é?
Cada um fará a sua viagem pela ideia.

Eu creio que muda. Acho mesmo que muda tudo. Em essência fica uma memória associada ao que foi mas que já não é. E é aliás, por isso mesmo que se substitui para conservar, para preservar a memória da essência. É, por fim, o que dá sentido de ser à troca das partes mantendo o todo como ideia.
Agora o que já foi é outra coisa. Já não é.
Em devir, parcial ou totalmente, mas em devir. Sempre, e como se quer que algo útil e interessante seja.
Um todo em movimento, que cative e que valha por si. Memória que ensine, essência que molde e que se vá adaptando ao tempo, ao clima, às necessidades.

Sim, mudam as partes.
O todo se for forte mantem-se em devir, vai Sendo.
E ainda bem.