quinta-feira, junho 09, 2005

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"It requires a very unusual mind to undertake the analysis of the obvious."

Whitehead

13 comentários:

Anónimo disse...

Assino por baixo.

Sem querer entrar em explicações fisio-filosóficas, eis o que penso:

1 -O óbvio nunca foi tão clarividente como o pintam. É uma palavra perigosa de usar. Nada pior do que brandir "é óbvio que..." para depois ter como resposta "olhe que não, olhe que não".
Afinal, não é tão óbvio assim.

2 -Nem esse aforisma contradiz a etimologia da palavra "óbvio" (lat. "obviu", que ocorre, que está adiante, evidente, intuitivo, fácil de compreender).
Em suma, é preciso uma mente muito pouco usual para empreender a análise do óbvio.

Descobrir o difícil é fácil. Difícil é facilitá-lo.

Sempre foi.

Anónimo disse...

o Siza tem um livrinho muito interessante chamado "Imaginar a Evidência", onde explora exactamente essa questão do óbvio... diz-nos que o melhor edifício é aquele que é "óbvio" nesse lugar. Acho, e concordo com ele nesse aspecto, que essa deveria ser a principal tarefa do arquitecto, desenhar edifícios que à partida fossem obvios naqueles lugares. não imaginam o quanto fazê-lo é difícil, não sei se uma vida inteira chegará para desenhar o óbvio. melhor, talvez saibam o quanto é difícil, porque definir o obvio não será, por certo, tarefa leve. o Siza conseguiu fazê-lo com 25 anos na casa de chá da Boa Nova, mas duvido que depois disso o tenha feito noutro projecto qualquer (apesar da qualidade inquestionável das suas obras)... a ver vamos

um beijo rosa

Caiê disse...

Os anglo-saxónicos não apreciam o uso da palavra "obviously". A alguma razão se deve essa diferença cultural...

Anónimo disse...

aproxima-se de Merleau-Ponty na sua "experiência originária" - a superação de dualismos.

Anónimo disse...

...entre outros. :)

Anónimo disse...

anónimo, bem vindo.

Anónimo disse...

É melhor explicar um pouco do que quis dizer com Merleau-Ponty.
Whitehead era um lógico, daqueles que eu admiro mais porque se preocupava com o todo e não com partes, preocupava-se em aplicar a lógica a todo o conhecimento em geral. Como diz o Carlos, ele tentou superar o materialismo e o idealismo, as dualidades presentes que se traduzem na divisão do espírito/matéria, corpo/alma, substancia/acidente... etc. Mencionei Merleau-Ponty a respeito da "experiência" de Whitehead. Este filósofo - MP, diz-nos que antes de entrarmos em quaisquer distinções deveremos regressar à experiência originária, ao antes de tudo que se dá no momento do toque, ou da admiração perante algo novo.
exemplo: ao tocarmos numa mesa sentimo-la mas estamos a sentirmo-nos também ao mesmo tempo. Não há qualquer toque isolado do eu ou análise da coisa em si. Há uma "reversibilidade" que se entende pela experiência original.

Há uma percepção e uma relação entre os objectos. ;)

Anónimo disse...

sim Caiê, os anglo-saxónicos são pragmáticos q.b., mas desconhecia que não gostassem da palavra.

o óbvio é para muitos a adequação entre o que percebemos e o que é. a correlação mais fiel possível.

continuo a achar que o óbvio é algo bastante difícil de descobrir, principalmente quando já estamos treinados a detectar o complicado.

Unknown disse...

obviamente que sim, ou nem por isso?!

Anónimo disse...

é óbvio que o óbvio não é assim tão óbvio. ;)

Anónimo disse...

tens uma pedra no sapato lá n'o POVO.... vinguei-me desta! hehehehe

Anónimo disse...

Os blogs "Quarto com Vista sobre a cdade" e "O Melhor Blog do Mundo" dão lugar ao blog "A morte de Solvstäg" (http://solvstag.blogspot.com).

Anónimo disse...

Vitor, amigo, desculpa lá, mas vou ter que passar esta. Obrigado pela lembrança na mesma. um beijinho.