A reflexão sobre a linguagem é antiga, mas as definições clássicas da linguagem eram muito gerais (faculdade de expressão verbal do pensamento, etc), confundindo-se língua com linguagem. É com o Cours de linguistique générale (1916) de Saussure, fundador da linguistica, que se define a linguagem na sua especificidade, como faculdade de constituir um língua. Desde então, linguagem e língua estão dissociadas e esta ruptura marcou todo o pensamento contemporâneo. Linguagem era sinónimo de língua antes de Saussure, depois deste, toma outra acepção. É a faculdade de comunicar o pensamento por um sistema de signos (ex: Gestual, que não é universal, cada língua tem as suas convenções próprias, gestos próprios), e em particular por meio da língua (conjunto de convenções adoptadas pelo corpo social) associada à palavra (meio verbal individual de expressão). Faculdade de constituir uma língua.
"O que é a língua? Para nós, não se confunde com linguagem, porque é somente uma parte determinada dela, embora essencial. É, ao mesmo tempo, um produto social da faculdade da linguagem e um conjunto de convenções necessárias, adoptadas pelo corpo social para permitir o exercício desta faculdade entre os indivíduos."
(Saussure, Cours de linguistique générale, p.25, Payot)
4 comentários:
O que seria de nós...? :)
Ou melhor, é o que JÁ é de nós. Acho que se todos falássemos a mesma linguagem o mundo não estaria como está. Será que isso é responsabilidade nossa? Não deveríamos apostar em melhor comunicação? Em completa acepção da palavra.
No entanto, cuidado com os impulsos absolutistas das ontologicas hermeneuticas (ou da linguagem)eh he ehhe. Nem tudo é linguagem. Z
eu sei que não, mas à laia de desespero acho que é nela que devemos apostar.
se não for pela linguagem só se formos adivinhos, não é fácil.
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