"(...) Numerosos estudos internacionais - quer os de política educativa, quer os que incidem na avaliação dos desempenhos reais - e não só das classificações ou diplomas - dos alunos e das escolas (OCDE, IEA, Comissão Europeia) - alertam recorrentemente para os problemas agravados de exclusão social que o facto de não ter aprendido já está a provocar dramaticamente nas sociedades actuais. São já, na sua grande maioria, alfabetizados e escolarizados e escolarizados sem sucesso - na realidade, iletrados funcionais e desenraizados sociais - os elementos de todas as bolsas de exclusão ou marginalidade das sociedades actuais.
Nem a economia, nem o mercado de trabalho, nem o díficil equilíbrio das tensões sociais podem compadecer-se com a existência de bolsas crescentes desta população quase iletrada, afastada do acesso básico à informação e ao conhecimento, informação e conhecimento que se constituem hoje como a principal chave para a inclusão social, para a rentabilidade económica, e também para o bem-estar social e a estabilidade pessoal e profissional.
A mesma escola que se confrontou com a massificação do acesso à educação, desafio já genericamente superado, encontra-se hoje perante uma situação bem mais complexa: a premência da subida do nível educativo real das populações. Trata-se, assim, nos nossos dias, da necessidade de "massificar o sucesso", ou seja, garantir a todos uma qualidade educativa satisfatória, não podendo mais confinar-se a escola ao papel de assegurar uma socialização de base e uma instrução elementar para a maioria, com aprendizagem de melhor nível apenas reservada a alguns.
Em síntese, o grande problema da escola é hoje o de responder satisfatoriamente a todos, garantindo-lhes um bom apetrechamento educativo - sendo que esses todos são cada vez mais diferentes (Roldão, 1998)."
in Roldão, Maria do Céu. Gestão Curricular, fundamentos e práticas. Ministério da Educação, 1999, pp.33.
2 comentários:
isto está com uma cor!! é forte!
beijoka rosa
heheh, acho que está horrível, mas vai ficar assim até que tenha paciência para mudar.
beijinho vitor.
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