"Ao olharmos o caminho que percorremos na vida, ao abarcarmos o seu «erróneo curso labiríntico» (Fausto), não podemos deixar de ver muita felicidade malograda, muita desgraça atraída, e talvez facilmente exageremos nas repreensões a nós mesmos. O curso da vida não é certamente a nossa obra exclusiva, mas o produto de dois factores, a saber, a série dos acontecimentos e a das nossas decisões. Séries que sempre interagem e se modificam reciprocamente. Além disso, há o facto de que, em ambas, o nosso horizonte é sempre bastante limitado, na medida em que não podemos predizer com muita antecipação as nossas decisões e muito menos prever os acontecimentos; na verdade, de ambos conhecemos com justeza apenas os acontecimentos e decisões actuais.
Sendo assim, enquanto o nosso alvo está longe, não podemos dirigir-nos directamente para ele, mas só por aproximações e conjecturas, amiúde tendo de bordejar. Tudo o que conseguimos é tomar decisões sempre segundo a medida das circunstâncias presentes, na esperança de fazê-lo bem, para desse modo nos aproximarmos do alvo principal. Na maioria das vezes, portanto, os acontecimentos e as nossas intenções básicas são comparáveis a duas forças que agem em direcções opostas, sendo a diagonal resultante o curso da nossa vida."
Arthur Schopenhauer, in 'Aforismos para a Sabedoria de Vida'
... «O Homem é aquilo que sabe» Francis Bacon ou «Sou eu e as minhas circunstâncias» Ortega Y Gasset - ? - Pode ser apenas retórica a pergunta, mas aceitam-se bitaites. ;)
12 comentários:
De entre as duas frases que escolhes, opto pela de Ortega y Gasset, sem sombra de dúvida; pois se o homem fosse aquilo que sabe, o homem seria muito, muito pouco! ;)
Ora bem, nada como uma palavrinha amiga para nos pormos no nosso lugar (ihih). Mas amiga, isso deixa sempre a esperança de Crer, Querer e Poder ser mais. Não achas? Se não podemos, quem poderá...
Um besito com saudades.
Escolho a primeira de Bacon.
Quem disse que o homem é muito?
É, de facto, muito pouco. Pouquíssimo. Paupérrimo, até.
não creio que o homem seja apenas aquilo que sabe... é mais alguma coisa... eu diria mais, o homem talvez seja aquilo que não sabe, porque se o soubesse já não existia...
um beijo grande, que bom ter-te de volta
Gosto de te voltar a encontrar aqui...
oh lu, tu e as tuas palavras acertadas.
sem dúvida que somos sempre agentes responsáveis.
bom saber que ainda dás cá um pulinho apesar de eu andar desligada disto. beijinhos
Andar desligada pode ser positivo! ;)
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... e é!
trabalhar, viajar e namorar (ordem aleatória ;))
até qualquer dia blog.
beijos amiga.
Então, andas muito longe!!??
Bjs
No Faial, mas com tanto que fazer que até doi. Já não há tempo para isto. Pode ser que nos vejamos por cá :)
Beijinhos!
A vida do ponto de vista filosófica pode tornar-se deveras aborrecida! :-)
...ou não!
prefiro pensar que estou na fase da filosofia prática ;)
beijinhos mic.
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