... no caso de algum médico ou futuro médico passar por cá, e porque nunca é demais.
Já tinha pensado escrever sobre isto, mas o tempo nunca é muito, contudo, hoje ao folhear a Única do Expresso encontrei uma crónica de Rui Henriques Coimbra sobre o assunto, e quero acrescentar mais qualquer coisinha.
Diz-nos o mencionado senhor, que há uma panóplia de medicamentos que se obtém por receita médica e que são usados para outros fins - é o chamado «Pharming: actividade prosseguida por quem quer obter estados mentais artificiais através do consumo farmacológico. Colheita de prazeres químicos.» Por outras palavras: o netinho rouba os medicamentos do avôzinho esclerosado e apanha boleia para o mundo da felicidade em self-service.
A gravidade da coisa é que são drogas legais e receitadas com facilidade demais por parte da classe médica.
Alguns exemplos mencionados na dita crónica passam pelo Oxy-Contin que é um opiácio em forma de comprimido branco que funciona progressivamente quando é engolido inteiro e retira as dores. Se for cheirado depois de esmigalhado, a sequência científica é alterada, misturada e o Oxy-Contin passa a ser sentido como escape mental e cria logo dependência. Além deste, temos ainda o Vicodin, o Xanax, o Valium, o Lortab, o Percocet e o Adderall - também conhecido pela «cocaína dos putos» porque é usado normalmente para miúdos com défice de concentração (até no South Park já se falou dele).
O que quero acrescentar é o Subutex. Fiz algo parecido com prevenção primária, que é a fase em que se sensibiliza, através de diversas acções/formações/campanhas, o público que nunca consumiu drogas. Em sequência temos a secundária que é a fase em que se tratam os (ex)toxicodependentes, e por fim a terciária que tratará da sua (deles) reinserção social.
Então e com isto, durante o voluntariado, saliento não houve um dos ex-toxicodependentes entrevistados afim de darem a sua opinião e contributo para a prevenção primária, que não me falasse no Subutex e que não o tivesse consumido na fase de dependência.
È esta a realidade em S. Miguel, e garanto-vos que eles não foram aos medicamentos do avôzinho esclerosado, foram ao médico pedi-los, e com uma mentirinha simples lá foram para casa com uma caixa milagrosa que fazia o mesmo efeito que a heroína, e ainda por cima não dava ressaca. O Subutex é um dos possíveis medicamentos usado nos tratamentos mas é usado para consumo desenfreadamente. Deve haver uma forma de controlar isto, ou não?
5 comentários:
Infelizmente não é fácil separar o trigo do joio, enquanto vivermos num país onde as ordens funcionam como lobbies que defendem o corporativismo. Afinal também sou pró-ordem na minha classe...o problema é a dificuldade em controlara a "humana" tendência para subverter as "coisas boas"
A meu ver bastavam os médicos terem nos seus consultórios kits (testes droga) para verem se a pessoa que pede esse medicamento de substituição, estava ou não limpa. Não se querem é chatear muito talvez.
Acho que podia ser uma solução, o que nos parte para outro tipo de discussão quem deveria fornecer esses kits?, por outtro lado, devo-te dizer que discordo de se tomar a "parte pelo todo", como acho que estás fazendo ao generalizares a toda população médica
Seriam fornecidos por quem são (venda pública nas farmácias e clínicas) aos médicos, deviam ser incluídos no preço da consulta (+2euros+/-)a quem os peça excepcionalmente.
Não achei necessário fazer separações neste caso da classe, apesar de saber que nem todos possam ter conhecimento da situação, o facto é que pelo menos cá, são em demasia. É a classe em geral que tem que arranjar soluções para este problema e não um ou dois.
Além disso, a intenção é alertar, não sou médica nem percebo muito do assunto, mas tenho olhos na cara.
...a quem os peça = medicamentos em causa.
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