A razão age com lentidão, e com tantas vistas, sobre tantos princípios, os quais é mister estejam sempre presentes, que a todo o instante adormece ou perde-se, deixa de ter todos os seus princípios presentes. O sentimento não age dessa maneira; age instantaneamente, e está sempre pronto para agir. É preciso, pois, depositar a nossa fé no sentimento; de outro modo, ela será sempre vacilante.
(...) O último passo da razão é o de reconhecer que existe uma infinidade de coisas que a ultrapassam; se não chegar a isso, é porque é fraca.
Blaise Pascal, in 'Pensamentos'
1 comentário:
Já dizem os antigos: a razão tem razões que ela própria desconhece. A dualidade entre sentimento e razão é algo que tem perpassado épocas e gerações inteiras de livre pensadores. Já na Grécia antigo se defendia que só é possível atingir o verdadeiro Sentido - a Verdade - se conseguissemos abstrair-mo-nos dos nossos sentidos. Se o sujeito que capta o objecto conseguisse fazê-lo sem filtrá-lo através dos cinco sentidos. Captá-lo na sua essência.
Mas, do mesmo modo que o célebre silogismo de Descartes "penso logo existo", se tornou um símbolo, tal não será absolutamente verdade se não acrescentarmos "existo porque sinto".
Esta é a minha opinião. Parabéns pelo teu blogue. Está mesmo muito giro e interessante. Bjs. André
Enviar um comentário