Contra o nosso parecer, nunca achamos dúvida bastante, contra o dos outros sim. A vaidade é engenhosa em glorificar tudo o que vem de nós, e em reprovar tudo o que vem dos outros: nas produções do engenho há uma espécie de criação; daqui procede que ninguém se desdiz sem repugnância, porque a natureza é inflexível no intento de conservar aquilo que produz, e a vaidade nunca renuncia ao lustre da invenção; queremos produzir muito, e meditar pouco, por isso erramos; mas depois o erro se naturaliza em nós, já o não vemos, senão com a figura da razão.
Matias Aires, Filósofo (1705-1764)
in 'Reflexões Sobre a Vaidade dos Homens e Carta Sobre a Fortuna'
8 comentários:
se assim formos um dia poderemos ser só mentira
Quantos já não o somos?
boa pergunta
não consigo ouvir a música......grrrrrrrrrr!
É uma música da banda sonora do "Amélie" , dum senhor chamado Yann Tiersen ;)
É sim :) Chama-se "Comptine d'un autre été". Ainda tenho que descobrir como faço para colocar lá o nome da música. Mais experiências. :)
fantástica essa sua entrada, aliás tal como todo o espaço que aqui criou.Parabéns.
Descobri o seu blogue por indicação do amigo MSousa e venho agradecer o comentário que deixou no outroolhar.
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