sexta-feira, abril 22, 2005

Do Silêncio e da Treva

Labirinto

Sozinha caminhei no labirinto
Aproximei meu rosto do silêncio e da treva
Para buscar a luz dum dia limpo.


Sophia de Mello Breyner Andresen

5 comentários:

Anónimo disse...

e no mais profundo silêncio de nós mesmos. somos fundíssimos dédalos onde brilha um sol íntimo e secreto. Beijos Rosa.

Vítor Leal Barros disse...

só apreciamos a verdadeira luz quando conhecemos a treva, até para as podermos pesar e perceber realmente o que cada uma significa

RD disse...

Eu vejo o "escuro" como necessário à procura da "luz".
Creio que Sophia se referia a isso mesmo.
Há implícita nas suas palavras essa vontade, não é mero acaso ou constatação. É solitário mas o escuro não é mau, é sim, como dizem vocês, o que proporciona o encontro com a luz. *

Clara Cymbron disse...

Muitas vezes é mesmo preciso "bater no fundo", ir até ao mais fundo de nós para nos podermos encontrar. é interessante analisar a o intercambio ou melhor a ligação entre a psicanálise e a literatura. O Dr. Coimbra de Matos, o maior psicanalista português e meu prof, costuma dizer que uma depressão pode fazer crescer e para isso tem de ser vivida, é a diferença entre depressão e deprressividade. Mas essa é uma questão complicada, talvez fale sobre ela num futuro post... :)

RD disse...

Dá lucidez. Aguardo esse post. :)